sábado, 18 de outubro de 2008

O Rappa

Em 1993, com a vinda do cantor regueiro Jamaicano Papa Winnie ao Brasil, foi montada uma banda às pressas para acompanhar o cantor em suas apresentações. Formada por Nelson Meirelles, na época produtor do Cidade Negra e de vários programas de rádios alternativas do Rio de Janeiro; Marcelo Lobato, que havia participado da banda África Gumbe; Alexandre Menezes, o Xandão, que já havia tocado com grupos africanos na noite de Paris e Marcelo Yuka, que tocava no grupo KMD-5. Após essa série de apresentações como banda de apoio do jamaicano, os quatro resolveram continuar juntos e colocaram anúncio no jornal O Globo para encontrar um vocalista. Dentre extensa lista de candidatos, Marcelo Falcão foi o escolhido.
A decisão sobre o nome da banda envolveu opções como "Cão-careca" e "Bate-Macumba". O nome escolhido - O Rappa - vem da designação popular dada aos policiais que interceptam camelôs, os rapas. Com um p a mais para diferenciar, o nome foi escolhido. Um exemplo de a palavra rapa ser aplicada aos caçadores de camelôs pode ser encontrado na música "Óia o rapa!" na composição de Lenine e Sérgio Natureza, gravada pela banda no CD Rappa Mundi.
Finalmente, com Falcão na voz, Marcelo Yuka na bateria, Xandão na guitarra, Nelson Meireles no contra-baixo e Marcelo Lobato no teclado, estava formado O Rappa.




O Rappa (1994)
Rappa Mundi (1996)
Lado B Lado A (1999)
O Silêncio Que Precede O Esporro (2003)
Sete Vezes (2008)
Instinto Coletivo (2001)
Acústico MTV O Rappa (2005)






O Rappa faz uma mescla de ritmos que conquista pessoas de todo o pais, seu ritmo eh envolvente e contagiante a banda eh composta de varios musicos que sempre usam em suas composições uma grande variedade de instrumentos, tornando assim a musica diferente em todos os aspectos, suas letras sempre tem um contexto social muito forte e mostram a realidade das favelas e o lado que muitas vezes fica esquecido.

Tribunal de Rua


A viatura foi chegando devagar

E de repente, de repente resolveu me parar

Um dos caras saiu de lá de dentro

Já dizendo, ai compadre, cê perdeu

Se eu tiver que procurar cê ta fodido

Acho melhor cê i deixando esse flagrante comigo

No início eram três, depois vieram mais quatro

Agora eram sete os samurais da extorsão

Vasculhando meu carro, metendo a mão no meu bolso

Cheirando a minha mão

De geração em geração

Todos no bairro já conhecem essa lição

E eu ainda tentei argumentá

Mas, tapa na cara pra me desmoralizar

Tapa, tapa na cara pra mostra quem é que manda

Porque os cavalos corredores ainda estão na banca

Nesta cruzada de noite, encruzilhada

Arriscando a palavra democrata

Como um santo graal

Na mão errada dos hômi

Carregada em devoção

De geração em geração

Todos no bairro já conhecem essa lição

O cano do fuzil

Refletiu o lado ruim do Brasil

Nos olhos de quem quer

E quem me viu, único civil

Rodeado de soldados

Como seu eu fosse o culpado

No fundo querendo estar

A margem do seu pesadelo

Estar acima do biótipo suspeito

Nem que seja dentro de um carro importado

Com um salário suspeito

Endossando a impunidade

A procura de respeito

(Mas nesta hora) só tem (sangue quente)

Quem tem (costa quente, quente, quente)

Só costa quente, pois nem sempre é inteligente

(Peitar) peitar, peitar (um fardado alucinado)

Que te agride e ofende (pa te levar, levar, levar)

Pra te levar alguns trocados (diz aê)

Pra te levar, levar, levar

Pra te levar alguns trocados (segue a mão)

Era só mais uma dura

Resquício de ditadura

Mostrando a mentalidade

De quem se sente autoridade

Nesse tribunal de rua

Nesse tribunal

Nesse tribunal de rua

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